sexta-feira, junho 7th, 2019
Da torre de babel até a tradução simultânea de Donald Trump, todos sabemos que a tradução superou, além das barreiras da língua e as fronteiras, a barreira do tempo. Nosso mundo moderno não seria o mesmo sem a expansão exponencial da tradução e sabemos que, desde a antiguidade, esta atividade ajudou a formar nossos povos e nossas culturas. Já falamos previamente da tradução da Bíblia, e hoje queremos compartilhar duas histórias interessantes da época moderna:
Twain, que já foi anteriormente mencionado nos nossos posts, já foi traduzido para centenas de línguas, porém, a tradução mais importante de sua obra foi feita nada mais e nada menos que por ele mesmo. O autor abriu os olhos da comunidade tradutória de como é fundamental fazer a localização dos textos e de como a “tradução cruzada” pode ser prejudicial para uma obra. Essa modalidade de tradução consiste em, basicamente, usar um texto já traduzido como original ao invés do texto na sua língua original.
E como ele fez isso? Simplesmente, ou autor pegou uma versão em francês da sua obra “The Celebrated Jumping Frog of Calaveras County”, a traduziu de volta para o inglês palavra por palavra e publicou as três versões juntas. Obviamente a tradução teve um tom extremamente cômico pela sua falta de coerência mas, apesar de ser algo “descompromissado”, o impacto do gesto foi muito marcante e ajudou a desenvolver melhor a forma como trabalhamos.
Se há um momento histórico que é mencionado com muito destaque na faculdade de tradução, com certeza são os julgamentos de Nuremberg. Constituíram uma série de tribunais militares organizados pelos países Aliados da Segunda Guerra Mundial, para julgar os crimes de Guerra cometidos pelo nazismo. Além da quantidade de pessoas a serem julgadas ser grande, havia juízes, juris, testemunhas, entre outros, de vários países e que falavam variadas línguas. Até então, a modalidade de tradução utilizada era a consecutiva, mas tornou-se necessária uma forma mais rápida e dinâmica, surgindo assim a tradução simultânea.
Leon Dostert, em parceria com a IBM, desenvolveram um equipamento com microfones e headsets que fosse capaz de transmitir os áudios de forma apropriada e foram recrutados vários times de pessoas poliglotas e bilíngues que, apesar de não terem nenhum tipo de treinamento, ajudaram na comunicação em um dos eventos mais importantes da história.
Sugerimos que, caso queira saber mais, confira as histórias das pessoas que trabalharam lá:
Como tradutores, olhamos para estes acontecimentos com muita gratidão, além da óbvia curiosidade e interesse alegre que nos geram. Nosso trabalho hoje em dia é muito mais claro, fácil e valorizado graças àqueles que, no passado, foram capazes de pensar fora da caixa e mostrar que, sim, a importância do tradutor é fundamental.
Vernaculum - Todos Direitos Reservados 2019
Deixe um comentário