quinta-feira, abril 16th, 2015
Eloá, revisora da Vernaculum, fala um pouco da sua história que envolve música e tradução:
Eu tinha 5 anos quando o Vinícius (ironicamente ou não, o nome dele era Vinícius de Moraes, igualzinho ao poeta) bateu na porta da casa da minha avó para contar que estava querendo reunir um grupo de crianças para estudar Inglês aqui na minha cidade de 22 mil habitantes, porque estava muito difícil encontrar uma criança que quisesse estudar um novo idioma. Quando ele me convidou para fazer parte, lembro de ter pulado de alegria pela casa toda. Aprender a língua de quase todas as músicas que eu ouvia na época parecia algo maravilhoso, e é claro que aceitei na hora.
Cheguei no meu primeiro dia de aula contando até three e dizendo para a professora que eu gostava muito de cake – lembro disso porque tenho contato com ela até hoje e ela sempre traz o assunto à tona. Desde aquele dia, nunca mais parei de falar Inglês. Lembro, inclusive, da primeira aula com música que tive, mais ou menos uns 5 anos depois desse dia. A música era “My lover’s gone”, da Dido. A professora, naquela época, distribuiu a letra da música pela sala e a tarefa era cantar e depois buscar a tradução em casa. Eu li, reli aquela letra até conseguir cantar, e depois disso comecei a fazer a mesma coisa com todas as músicas que ouvia em Inglês, até que chegou um dia em que só cantar não bastava, afinal, a gente tem que saber o que está cantando, né? E assim comecei a aprender Inglês e gostar de música simultaneamente.
Na sexta série, comecei a ter aulas de violão na escola. Primeira música que aprendi a tocar? “Have you ever seen the rain?”, do Creedence. Resultado: a professora se emocionou ao me ver tocando e cantando. Foi quando eu soube que havia algo especial alí, naquela combinação entre música e a língua inglesa (sempre achei que a gente consegue dizer as coisas de um jeito mais intenso no Inglês). Desde então, comecei a gravar vídeos de músicas internacionais para colocar no YouTube e hoje tenho exatamente 2.093.921 visualizações em meu canal. É claro que isso me rendeu amigos de todas as partes do mundo, com os quais eu conversava – e converso até hoje – em Inglês. Sem contar que conheci uma menina – minha irmã de escolha – que cursava tradução e gostava de música como eu. Vi meu futuro na hora! Eu nem sabia que existia um curso de Tradução, achei que fosse algo que todo mundo que gostasse de Inglês pudesse fazer (mais tarde, aprendi que não era tão simples assim). Terminei o colegial com 16 anos e entrei na faculdade de Tradução em seguida, onde aprendi muito sobre a teoria e a prática de tudo. Nunca fui fã da teoria. .Quanto à prática, trabalho na Vernaculum há dois anos e até agora tudo tem atingido minhas expectativas, mesmo sabendo que ainda há muito por vir.
Na música, há quem cante por cantar. Eu traduzo meus sentimentos, porque preciso ser ouvida. Na tradução, traduzo quem tem essa necessidade também. Para mim, um não existe sem o outro. Quem canta, seus males espanta traduz e encanta.
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