Revisar e traduzir: uma perspectiva

segunda-feira, novembro 3rd, 2014

alana

Traduzir textos não é uma tarefa fácil. Por isso mesmo é que tradutores profissionais sempre possuem áreas de especialização, ou seja, áreas com as quais possuem maior familiaridade e, por consequência, maior facilidade para traduzir. Essa familiaridade e facilidade podem ser decorrentes de diversos fatores, dentre eles: trabalhos realizados anteriormente e até mesmo por interesse pessoal do tradutor.
Por exemplo, uma pessoa que trabalha com tradução e que se interessa bastante por tecnologia e lê bastante sobre o assunto em um determinado idioma do qual ela costuma fazer traduções. É natural que esta possua maior  facilidade do que um tradutor do mesmo par de línguas que nunca ou pouco leu sobre tecnologia na língua em questão.
Por isso é que traduzir é muito mais do que ser um dicionário ambulante e saber ter na cabeça todos os significados possíveis para as palavras de um determinado idioma. Traduzir é compreender o sentido do texto como um todo, suas sutilezas e nuances, para transmitir o sentido original do texto na língua alvo da maneira mais fiel possível. E se traduzir demanda todo esse processo de imersão e compreensão do texto, imagine só como é revisar uma tradução.
O revisor tem trabalho dobrado: ele precisa ler o texto original, de modo a captar e compreender as ideias do autor e precisa também ler a tradução, a fim de verificar se todas as ideias principais do texto original estão comtempladas no texto traduzido.
Contudo, o revisor precisa ter em mente que revisar significa também verificar se as escolhas lexicais do tradutor foram adequadas. Expondo de outra maneira, cada palavra dentro de um idioma carrega um valor de sentido, e o revisor precisa estar atento a cada detalhe. Por isso é que o processo de revisão nem sempre é tão rápido.
Primeiro é necessário ler o texto original, isoladamente, a fim de compreender suas ideias principais. Em um segundo momento, é necessário ler a tradução juntamente com o texto original, constatando que nenhuma frase ou informação foi deixada para trás ou ficou na língua original. Já em um terceiro momento, lê-se a tradução isoladamente a fim de verificar se a mesma faz sentido por si só. Se não há inconsistências.
Ou seja, o revisor tem um papel fundamental, que é o de compreender o texto original e depois ver se suas expectativas e compreensões foram comtempladas na tradução. E certamente que as opiniões e interferências do revisor depende muito de quem traduziu o texto, qual a abertura e liberdade que lhe é atribuída para comentar e opinar sobre o texto traduzido. Existem diferentes trabalhos de revisão, com diferentes propósitos e para atender necessidades específicas.
Por isso é que o processo de tradução é algo que requer muita atenção aos detalhes e uma sólida comunicação entre autor/cliente, tradutor e revisor, pois uma tradução consistente depende muito da qualidade e precisão com que as informações são inseridas no texto traduzido.

Por Alana Milani


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