segunda-feira, agosto 31st, 2020
No mês passado, comemorou-se no Brasil o Dia nacional da ciência e do pesquisador. Criada para destacar a importância da pesquisa e da ciência para o desenvolvimento do país, esta data tem um significado especial neste momento atual, em que há tanta circulação de informação e em que os pesquisadores estão trabalhando de forma intensa, para trazer à população os meios para combater a pandemia que transitamos.
Segundo o site The Economist, nos três meses que antecederam o mês de maio, foram submetidos aproximadamente 7000 artigos científicos sobre o COVID-19, em áreas variadas, desde epidemiologia até virologia. Apesar disso, a quantidade de boatos e notícias falsas e tendenciosas sobre a doença tem se espalhado de forma alarmante, chegando a ser denominada uma “infomedic” ou “pandemia de desinformação” segundo o site The Lancet. E, ainda segundo esse site, o perigo que isso representa é que as pessoas precisam estar corretamente informadas para agir de forma apropriada para se proteger e se manter saudáveis, e as informações errôneas espalhadas online, seja por redes sociais, aplicativos de mensagens e sites sem credibilidade alguma (seja internacionalmente ou não) podem representar riscos para a vida de todos.
Por isso, pesquisadores como professor David Heymann, que ministra aulas de epidemiologia de doenças infecciosas na London School of Hygiene & Tropical Medicine, afirma que a pesquisa e a comunidade da saúde pública têm o dever de ensinar à população, e aos meios de comunicação de modo geral, “a entender melhor o que devem procurar, porque, às vezes, os meios de comunicação acabam se adiantando às evidências científicas”.
E a que ponto queremos chegar com isso? Sucintamente, que é fundamental valorizar o trabalho de pesquisadores, cientistas e profissionais que trabalham e estudam para nos informar e nos trazer soluções. Não confiar em qualquer boato, e realmente checar as informações que consumimos (ou pior ainda, que espalhamos) é uma forma de valorizar e apoiar a pesquisa. E uma outra forma importante de se fazer isso é através da tradução. Segundo a pesquisadora Tatsuya Amano, o problema de como a língua pode afetar o acesso à pesquisa raramente tem sido alvo de questionamento pela comunidade científica.
A importância de poder levar a pesquisa para fora do Brasil, ou qualquer outro país, é muito maior do que pensamos, já que o acesso ao conhecimento pode garantir que se tenham meios para agir perante uma situação específica e até mesmo conhecer técnicas para remediar problemas. Um bom exemplo disso são as técnicas elaboradas por pesquisadores brasileiros para tratar queimaduras com pele de tilápia, que os pesquisadores brasileiros estão planejando enviar ao Líbano, para ajudar no tratamento das vítimas, que poderia também ser aplicado a outras situações, em vários outros países. É necessário que essa informação se torne mais acessível, e um meio para isso é a tradução.
Como conclusão, podemos afirmar que pesquisa e linguagem andam lado a lado no mundo globalizado em que vivemos. A tradução é uma ferramenta fundamental para a troca de conhecimento no mundo todo, e promove a circulação de informações de cunho científico, ajudando assim a facilitar o acesso a fatos, pesquisas e materiais confiáveis, na nossa língua nativa!
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